sábado, 27 de setembro de 2014


CORPO DE RAÍZES

As recordações são como um mercado pela manhã
Ou o trânsito numa hora de ponta:
Atravessam-me a alma
Vezes sem conta.
Não me posso alhear
Deste cerco do passar do tempo,
Ninho vazio onde se imagina o pássaro.
Uma chamada no escuro
Que dói nos ouvidos
E vai sendo invisível,
Este gritar dentro
E já sem diálogo possível.

 
Rio de Vide,  27-9-2014
Eduardo Aroso ©

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

AFORISMOS DE IMANÊNCIA (24)

O ser humano é um poço de sentimentos. Quem tira a água do poço, sem desperdícios?

Eduardo Aroso
18-9-2014

segunda-feira, 8 de setembro de 2014


SILENCIOSA RESISTÊNCIA  ©

Sobre o pó do mundo
O sémen da esperança.
A Terra espera
Para o acto sério
Sem contrato prévio.

Tudo isto há-de chegar
Com a música das lágrimas
A dar melodias de mel,
Onde brinquem crianças
Como quem anda para baixo e para cima
Nas pedras da calçada.

O que há de belo quando abre
A primeira flor da madrugada!

 
Eduardo Aroso
8-9-2014 ©