terça-feira, 15 de julho de 2014


VER E (PRE)VER

No «I Ching» encontramos a essência de muitas das modalidades da psicanálise actual, porque as repostas que o antiquíssimo tratado chinês nos pode dar já estão todas dentro de nós. A questão é sempre o indutor, seja o livro no que transmite, ou o analista. O misterioso ser humano, embora a deseje, tem sempre relutância de ver a verdade nua e crua por si – neste caso dentro dele mesmo – pelo que a indução é como que um amortecedor. O mito de «Psique e Eros» é a expressão do amor entre uma mortal e um Deus. No caso da relação do ser humano com o «I Ching» é como se o mito fosse não o de «Eros e Psique», mas de «Psique e Psique», ou seja, o diálogo da alma com ela própria, apenas necessitando de uma indução.

Eduardo Aroso

13-7-2014

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