quarta-feira, 27 de julho de 2016


Somos uns tantos milhões de Cristos em agonia à espera de sair da cruz; cada português é um meio D. Sebastião que, não tendo organizado a expedição a Alcácer-Quibir, quer regressar ao Portugal do mistério e do estranho cumprimento; somos uns tantos milhões onde cada um, emocionalmente, marca o golo da vitória e no dia seguinte não vê a baliza, rodeada de nevoeiro. Somos muitos Velhos do Restelo, desconhecendo que um grupo de excepcionais (que fizeram da idade uma equação ou talvez poema); à volta de uma mesa redonda, pegam nas cartas para o jogo dos quatro elementos.

Eduardo Aroso, 27-7-2016

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