domingo, 31 de março de 2013


MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS
No sepulcro fundo
Esquecido do tempo,
Sopra a memória
Suave do vento.

A Hora é sempre
Nossa e viva.
A viagem que lavra
Do Alto é vista.

A pedra resiste
Desperta,
Vigilância extática
Alerta.

Se o profano
Grita,
O arcano
Rectifica.

(36 anos depois da 1ª edição de «História Secreta de Portugal»,
de  António Telmo)

Março de 2013
Eduardo Aroso

Publicado a 1ª vez em
http://circuloantoniotelmo.wordpress.com/2013/03/22/homenagem-a-antonio-telmo-um-poema-inedito-de-eduardo-aroso/

sexta-feira, 1 de março de 2013


HABITANTE SENSÍVEL de Eduardo Aroso (Universitária Editora, Lisboa, 1997)

Com prefácio do poeta de Salamanca, José Ledesma  Criado, e um texto da Profª Carolina Michaëlis de Vasconcellos - Berlim, 15/03/1851-Porto, 16-11-1925 -, que Joaquim de Montezuma de Carvalho encontrou.



Naturalidade

Berço do primeiro dia,
Mel do cobertor.
Ao gemido solto
Respondeu-me o rio,
À hora matinal;
Amor comprometido,
Além do leite maternal.

Hoje cobre-me a névoa,
Impurezas do dia a dia.
Por que se esconde a tua face
Se quero cantar-te de alegria?
Há um rumor que eu sei
E a pura sementeira
De um sábio Lavrador.
Ó Coimbra ainda a desfolhar...
Creio em ti na euforia
Da luz clara de outra lua cheia!

(1º poema do livro)

Eduardo Aroso