quinta-feira, 30 de julho de 2015

CREDO LUSÍADA ©


Creio nas líquidas madrugadas
Último perfume da lua
(Ressaibos de saudade da lonjura),
Para desafiar o sol
Até ao zénite da aventura.

Cais das Colunas,
Julho de 2015
Eduardo Aroso ©

sábado, 25 de julho de 2015

AFORISMOS DE IMANÊNCIA (37)


Portugal, nação de muitos paradoxos, morreu (metaforicamente, ou não) jovem, com D. Sebastião, em Alcácer-Quibir, e agora morre na senilidade recalcitrante da figura do actual Presidente da República. Há contudo um outro Portugal a que se pode chamar Alma, que não é tempo, isto é, que só quando se expressa se reflecte no tempo.

Eduardo Aroso

25-7-2015

quinta-feira, 23 de julho de 2015


TRIBUTO  ©

A Max Heindel,
150 anos depois

Tu que ouviste o som inaudível para o mundo
E foste além do véu, testemunho
Da una fraternidade entre dimensões.
Abriste o palco da nova sinfonia
Para erguer outra realidade
No fumo das presentes ilusões.
Tu que na senda do mestre
Deixaste a todos o convite
Do caminho maior,
Luz ou seiva
Rosa-de-amor.
Tudo isso nos deste,
Pleno, sem hesitação.
A verdade espera e brilha
Além do pórtico
Sob as colunas mais altas
Da razão e do coração.

Eduardo Aroso  ©
Coimbra, 23-7-2015


terça-feira, 21 de julho de 2015

VERÃO 

As tardes de Julho suportam intervalos longos e estranhos, onde a consciência às vezes oscila entre cá e lá, desafiando qualquer fronteira. A ilusão de Cronos, vertida em nós, esse deus que apenas dura neste mundo, na vestimenta dos mortais. Orgulha-se porém de ser o guardião do exacto movimento de rotação da Terra. E assim nos alimenta de luz e dinamismo para o tempo singular de cada um, para as nuances que afloram em cada sentimento humano.
Cada um sentado à sombra subjectiva do banco de jardim, onde cada qual é um relógio onde se conta o tempo de outro jeito. Que façanha maior (a de um dia), obra mais alta, será a de pulsarmos todos - nem que seja por momentos - no mesmo ritmo misterioso de existir, na mesma respiração para o grande acorde da Vida!

Eduardo Aroso
21-7-2015

domingo, 19 de julho de 2015


RAZÃO NATURAL ©

Porque se o vento passa
É para trazer e levar:
O que nunca ouvimos dos segredos
Sob as pedras desde que nasceram;
Dos nossos gritos que morrem na cama
De partos e sonhos provocados,
Mas sem assistência.

Eduardo Aroso ©
19-7-2015


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sou poeta - também voluntariamente - fora de catálogo. Isso facilita as coisas a quem organiza o catálogo.

Eduardo Aroso
6-7-2015