quarta-feira, 19 de novembro de 2014

AFORISMOS DE IMANÊNCIA (26)

O caminhante pede água. Alguém lha dará, porque ele terá que continuar. O seu destino é avançar. Não teme a morte, porque já teve muitos desfalecimentos.
Eduardo Aroso

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

LINHA DA LOUSÃ ©

(À memória do poeta brasileiro Manuel Bandeira
 que escreveu «Trem de Ferro» e do compositor, do mesmo país,
 Heitor Villa-Lobos e da sua obra  «Trem Caipira»)

De ferro era o trem.
Não o que a gente tem.

Pouca-terra, pouca-terra,
E para transporte novo
Muito voto, muito voto,
Pouco-povo, pouco-povo!

Da Portagem e Calhabé
Passa o rio e passa Ceira,
Passa Trémoa e Miranda
Em Lousã até Serpins.
Acabou-se então o sonho
Aqui na serra desta banda....

Caros Heitor e Manuel,
Aqui temos pneu caipira
Para assim servir a linha
Alinhada neste carril
Democracia de cordel.

De ferro era o trem.
Não o que a gente tem.


Eduardo Aroso ©
14-11-2014




sexta-feira, 7 de novembro de 2014


PANORAMA
- DOS CLÉRIGOS AO DOURO

                A Paulo Ferreira da Cunha

 
Algures uma rotunda imita o disco solar
Garantindo o direito de haver dia,
O ímpeto benigno da manhã.
Antes do rio de onde chega sempre
A síntese das quatro estações,
Pessoas cruzadas
Xadrez de vibráteis direcções.
Tudo começa na saudação audível
A toda a largura da rua
Sob o olhar das pombas que sem receio
São elas que se apresentam.
A cidade respira melhor
Quando os alvéolos se movimentam.

 
Eduardo Aroso
Porto 19-10-2014

segunda-feira, 3 de novembro de 2014