terça-feira, 21 de outubro de 2014


«Somente desembarcando na Ilha somos forçados a reconhecê-la como realidade»
(Desembarque dos Maniqueus na Ilha de Camões, de António Telmo)

 
Desembarca para saberes
Que a terra é terra
E entre ela
E para além
O céu é céu.

Chegar, seja em que tempo for
No oceano ou no ápice do ar,
Para saberes que existe Ilha
Ou o que seja ela toda,
A Terra florida e armilar.

Desembarca e chega
Para conheceres
O que é haver onde a alma for
Para tocares a árvore da vida:
Folhas, raízes do chão;
Raízes, frutos de amor.

Desembarca para corrigir
O reflexo da realidade,
Separando o chumbo do tempo
Que há entre esquecimento e saudade.

 
Eduardo Aroso
(Santa Clara-a-Velha, 21-10-2014)

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