Nos actos humanos de maiores
dificuldades, onde tudo parece fraquejar, é a esperança que devemos
colocar na proa, mesmo antes da largada, e é ainda ela que preside ao final que
não se limita a si, mas que quer logo abrir novo horizonte. Todavia, o que
parece ser uma espécie de alfa e de ómega num ciclo de actividade, pode ser um
vago canto de sereia, se apenas nos fica a boa consciência de termos esperança.
Entre a que é “a última a morrer” e a que deve presidir ao nascimento de certo
projecto, toda a esperança é passiva se não a fizermos acompanhar de uma acção,
ainda que seja apenas um movimento de alma que acredita sem vacilar no cumprimento
do que já foi ideia, esforço e inteiro labor. D. Sebastião regressa apenas ao
coração dos que o procuram. A verdade e o paradoxo de tudo isto é que um
arco-íris aparece sempre do lado contrário ao sol.
Eduardo Aroso
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