VER E (PRE)VER
No «I Ching» encontramos a
essência de muitas das modalidades da psicanálise actual, porque as repostas
que o antiquíssimo tratado chinês nos pode dar já estão todas dentro de nós. A
questão é sempre o indutor, seja o livro no que transmite, ou o analista. O
misterioso ser humano, embora a deseje, tem sempre relutância de ver a verdade nua e crua
por si – neste caso dentro dele mesmo – pelo que a indução é como que um
amortecedor. O mito
de «Psique e Eros» é a expressão do amor entre uma mortal e um Deus. No caso da
relação do ser humano com o «I Ching» é como se o mito fosse não o de «Eros e Psique»,
mas de «Psique e Psique», ou seja, o diálogo da alma com ela própria, apenas necessitando
de uma indução.
Eduardo Aroso
13-7-2014
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