terça-feira, 30 de junho de 2015

AFORISMOS DE IMANÊNCIA (36)

... e contudo, no meio da voracidade de juros de empréstimos,  nem Platão nem Aristóteles estão a cobrar direitos de autor das suas obras!

Eduardo Aroso
29-6-2015

domingo, 21 de junho de 2015

SOLSTÍCIO DE VERÃO 

É no limite
Que se decide.
Exígua noite
Onde o amor
Dá a curva
Mais acima
Às portas maiores
De Janus e João.
O fogo lavra o céu
Como a água
Fecunda o chão.

Eduardo Aroso ©
2015



quinta-feira, 18 de junho de 2015

CICLOS

Morre-se aqui
Para nascer acolá.
Nenhuma faca corta a vida.

Eduardo Aroso
Abril, 2015

quarta-feira, 17 de junho de 2015

ODE CURTA AO PLUTOCRATA

Não se suspende o poema
Como as pensões de sobrevivência!

Eduardo Aroso
Maio, 2015

domingo, 14 de junho de 2015


EM SANTARÉM
COM A MEMÓRIA DE IBN SARA

Leio nas linhas em desalinho de hoje
Tuas estrofes que já ninguém respira.
A saudade morre e renasce a cada inspiração,
Porque em todo o começo contrai-se o tempo.

Voava pela seda feminina das palavras
O perfume vigilante do salão,
A cintilação da noite
Nas pausas do poema.

Ah, a dor e o destino
Levaram-nos o monarca
No seu cavalo de sonho alado.
Mas a tua estrofe ficou
E ornada de melisma
Tornou-se fado.

Santarém, 12-6-2015
Eduardo Aroso

terça-feira, 9 de junho de 2015

ENDECHA

Quando a primavera irrompeu
Tínhamos o fogo da inocência
Sem que nada martelasse na bigorna.
Tinha que surgir o frio imprevisto
E a dor por ser funda,
Esse hino excelso e lento.
As estrelas teriam que cair todas uma a uma
Para sabermos que as semeamos como quem esgravata no tempo.

Eduardo Aroso ©

Junho, 2015