O CARNAVAL, A IDENTIFICAÇÃO
DA CARNE E UM JÚBILO RADICAL
Oh, se esta alegria
fosse a que diariamente nos falta, a que se busca em vão quantas vezes por
caminhos infrutíferos, o júbilo perdido do simplesmente existir como ser, matéria-prima
humana fosse ela, anterior aos vislumbres do ADN. Lembrança de um génesis que
um vento aleatório, mas possível, ainda pode trazer.
Quem dera este provocado e intenso lance - que
vem e desaparece como o suor de algumas horas – fosse folia de saber confiança
no destino e na vida, como o nascer matutino do sol e o parto anual da natureza
na diversidade de crias que nos chegam de vários modos e para tantos suprimentos.
Actos de pura motricidade, provocados, anémicos
e transgénicos, fossem eles a Folia do Espírito Santo, a da abundância sem
desperdício, que faz acontecer a mensagem sem intermédios, e que fará cada qual
ser, ao mesmo tempo e em cada dia, o juiz e o julgado. Se invocar a alegria,
sem o seu cultivo, não é um ofício negro, fá-lo aparecer como cinzento, ao
jeito do abuso do sagrado dom da comunicação, pela, pior que vacuidade da
palavra, a sua perversão no ávido altar do entendimento humano. Por
desnecessário, nenhum seguro de vida pode garantir o autêntico desfile da vida.
Eduardo Aroso ©
6-2-2016
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