terça-feira, 13 de fevereiro de 2018


A MÁSCARA DA TERRA ©

Não se disfarça a terra
Legítima na vida exuberante
E receptiva para nos dissolver o corpo
Na hora do acto derradeiro e amoroso.
O sorriso da terra dos primeiros rebentos
Confunde-se com a sua resistência
Clamando pequenos rios pluviosos
Escorrendo pelo tronco das árvores.
Um coro de rãs desafia
O piar lúgubre de um mocho.
Antifonal como o dia e a noite.
É de cores e sons em desfile todo o ano
Mas tem a terra uma só máscara:
A do sublime recorte da vida.

Rio de Vide, 13-2-2018
Eduardo Aroso

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