A MÁSCARA DA TERRA ©
Não se disfarça a
terra
Legítima na vida
exuberante
E receptiva para nos
dissolver o corpo
Na hora do acto derradeiro
e amoroso.
O sorriso da terra dos
primeiros rebentos
Confunde-se com a sua
resistência
Clamando pequenos rios
pluviosos
Escorrendo pelo tronco
das árvores.
Um coro de rãs desafia
O piar lúgubre de um
mocho.
Antifonal como o dia e
a noite.
É de cores e sons em desfile
todo o ano
Mas tem a terra uma só
máscara:
A do sublime recorte
da vida.
Rio de Vide, 13-2-2018
Eduardo Aroso
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