LADAINHA
Por todos os
equinócios
Das erupções
incógnitas.
Pelos mortos que ainda
vivem
E pelos vivos que vão
nascer um dia.
Oremos.
Por alguns poetas
aprisionados
Sem culpa formada.
Pelo fluir apetecido
de uma melodia
Como deslizamento
brando de terras.
Oremos.
Pela pátria com doença
prolongada
E os restos mortais de
Camões
Guardados como
primícias a nascer.
Oremos.
Pelas almas sem abrigo
nem apólice
Órfãs de orações à
porta dos bancos,
Que já se alienaram do
próprio corpo.
E pela ressurreição de
cada ave
Que caída no chão se
levanta
Para olhar de cima
O chão incerto dos
planeamentos.
Oremos.
Pela compreensão do
sorriso das crianças
E a sabedoria dos
anciãos nos seus lamentos.
Oremos.
Oremos.
Oremos.
Equinócio da
Primavera, 2018
Eduardo Aroso©
Oremos!
ResponderEliminarTanto por que orarmos! E... valerá a pena?