HINO
DA EUROPA OU A EUROPA SEM HINO?
Mais
do que simplesmente representar a hegemonia alemã, aquilo
que se designa por Hino da União Europeia representa,
antes de mais, uma
subordinação à inércia da não criação de um hino que expresse a ideia de uma
Europa unida. Mas talvez não tenha sido por acaso que esta apatia existe, pois –
trazendo um pouco a imagem - assim como
o azeite não se pode misturar com a água, seria, na melhor das hipóteses, difícil
(mas não impossível) haver um verdadeiro hino que espelhasse as
diversidades
culturais do nosso continente. É indiscutível que, de um ponto
de vista realista, perante o cenário mundial, é vantajoso uma Europa unida.
Também indiscutível é a imortal Ode à Alegria de Beethoven. Sempre que escutada
nos faz vibrar de esperança, mas é triste que se tenha transformado no símbolo
do país onde se ancora o Banco Europeu e da economia que tem como almocreves
Portugal, Espanha e Grécia. Aristóteles disse que «haverá sempre escravos» e
nesta época calhou-nos a nós. Ainda que seja imaculada a Ode à Alegria, a uma
nova realidade histórica deve corresponder um hino próprio que expresse mental
e sentimentalmente as nações europeias sobretudo de quadrantes de
sensibilidades distintas, como, por exemplo; ibéria, norte da Europa, centro e nações
eslavas. Ou então a União Europeia não é realidade histórica, tão-só um
contrato que dura umas décadas. E, obviamente, a solução não seria colar a Ode
à Alegria a uns compassos da Marselhesa!
Eduardo
Aroso
10-7-2019
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