A ESTRANHA (OU NÃO) NATUREZA
HUMANA E A MÚSICA
Todo o conhecimento serve à
diversidade do ser humano para o seu viver. Mas entre ciência e arte há algum
mistério que ultrapassa as meras duas “gavetas” onde se poderiam arrecadar cada
um destes saberes, como conhecimentos diferentes, sobretudo na actual era
hipertécnica. O deslumbrante é que escutamos hoje uma música de Vivaldi ou Bach
com uma necessidade bem diferente da leitura de um invento científico desses
idos 3 ou 4 séculos passados. Então a música é mesmo uma necessidade não
ultrapassada!
Byung-Chul Han, na obra «A Salvação do Belo»,
diz-nos que «o belo é um esconderijo. A ocultação é essencial à beleza. A
beleza transparente é um oximoro», o que nos poderia levar legitimamente a
especular nessa ocultação da essência da música que fica para além do som ainda
que organizado funcionando como um expositor. A ideia de tempo, acima referida,
parece também ocultar (guardar) a beleza seja a da música, da arte de Leonardo
da Vinci ou daquilo que há milhares de anos foi desenhado nas grutas de Altamira
e ainda hoje suscita o nosso espanto.
Eduardo Aroso
23-11-2019
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