A CAVERNA DA NAÇÃO
Havia sombras nos corredores.
Moviam-se sem que entendessem
o que era para a frente e para trás.
Já quase ninguém sabia
a diferença entre novos e velhos
e muito menos da grande árvore genealógica.
Reflectiam-se então no jeito dos espelhos
e o tempo dava-lhes tudo… para nada.
Um dia os mais impacientes
acenderam umas fogueiras
à entrada da caverna.
Voltaram para dentro e sentaram-se
num lugar à parte dos outros
a desenhar um cartaz que dizia:
tendes a liberdade
de pensar quem sois.
Mas nenhum deles tinha visto o sol.
Eduardo Aroso©
Abril, 2021
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