quinta-feira, 11 de agosto de 2022

 

 GOSTO DOS POETAS

 Que escrevem sobre (de) si, e não para o gosto dos críticos literários. Dos poetas que não têm a ilusão de serem “cavalos de fogo” de vanguardas, porque esses não se importam com isso. Rejubilo com aqueles que escrevem de tal modo que quando sentem com o fígado, não insinuam dizer que é no intelecto que se alinham os versos. E também dos que sabem bem que até Fernando Pessoa escreveu as chamadas redondilhas ou quadras populares. Louvo os poetas que não são apenas da sua época, mas neles - fado bem difícil ‑ atravessam todos os tempos. Gosto dos poetas que intuem os limites na sua ilimitada criação, os limites onde tudo cabe, desde a bosta de boi à coroa de louros. Gosto, enfim, dos poetas que, antes da compreensão, me fazem estremecer.

 Eduardo Aroso©

Agosto 2022

Sem comentários:

Enviar um comentário