GOSTO DOS POETAS
Que escrevem sobre (de) si, e não para o gosto dos críticos
literários. Dos poetas que não têm a ilusão de serem “cavalos de fogo” de
vanguardas, porque esses não se importam com isso. Rejubilo com aqueles que
escrevem de tal modo que quando sentem com o fígado, não insinuam dizer que é
no intelecto que se alinham os versos. E também dos que sabem bem que até
Fernando Pessoa escreveu as chamadas redondilhas ou quadras populares. Louvo os
poetas que não são apenas da sua época, mas neles - fado bem difícil ‑ atravessam
todos os tempos. Gosto dos poetas que intuem os limites na sua ilimitada
criação, os limites onde tudo cabe, desde a bosta de boi à coroa de louros.
Gosto, enfim, dos poetas que, antes da compreensão, me fazem estremecer.
Eduardo Aroso©
Agosto 2022
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