ANTÓNIO
TELMO
OU A
RECONSTITUIÇÃO DE UMA MELODIA ORIGINAL
88 são as
teclas de um piano de concerto!
Mas entre
bemóis e sustenidos
Fica tudo o
mais o que os dedos não tocam
O que se
adivinha a seguir
E os tempos
idos
Na inteira
sensação
Que quem
escuta de modo diverso sabe distinguir.
Um aroma move-se
entre sons e silêncios.
E são essas
impressões
Que não se
apagam da memória
Quando se
reconstitui o fio cantante
Da vida que
ali ou mais além
Tem as suas
modulações.
- Então volta
toda a música como o nascer de sol
Um som que
pede outro acima dele,
Um ritmo que
se funde noutro mais complexo
Um
pensamento que explode de luz íntima…
E tudo
continua e se junta não tanto como no Bolero de Ravel,
Mas na praia
atlântica onde a dança pertence às ninfas do sonho
E o som das
ondas, uma a uma, reconstitui a cadência lusíada;
Uma flauta
criou a escala necessária para dar todas as cores à sua melodia
Que se
agarra comovida ao plâncton profundo da pátria.
Eduardo
Aroso, 15-04-2015
In
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