sábado, 23 de maio de 2015

APORTUGUESAR  PORTUGAL
(ou a justificação do paradoxo) 

Ansiamos por um D. Sancho I (O Povoador) para ajudar a resolver o grave problema a que se tem fechado os olhos durante décadas, e que está prestes a atingir o auge; a imagem do interior do país é o reflexo da assembleia da república como núcleo de interesses internacionais.
Gritamos por um D. Dinis, como pão para a boca, para evitar que se dizime o que resta dos pinhais e travar a epidemia do eucalipto, ainda que um ex-ministro tivesse afirmado que a dita árvore constitui o «nosso petróleo vegetal» (!).
 Um D. Dinis, Lavrador de Letras, que reforme as universidades do caos a que chegaram, abrindo janelas e limpando corredores labirínticos. Uma Isabel, Rainha Santa, para reformular as Festas Populares do Espírito Santo, ou a Consolação da Alegria sem brejeirice, a efusão do verdadeiro sentido de abundância e não de jactância, expurgando-as da deturpação e da apreensão de Roma, e manter vivo esse pioneiríssimo exemplo das Festas do Bodo, em que, sentados à mesa, Clero, Nobreza e Povo, o pobre era o primeiro a ser servido!
Um D. João I (o de Boa Memória, ao contrário dos governantes de hoje, sem memória) que fale para e com o Povo, e que proporcione a gestação de uma nova «Ínclita Geração».
De um novo D. Fernando, discreto na Corte, mas que sibilinamente olhe pelo património português.
Na convergência, um outro «Ultimatum» para o nosso tempo, muito além do dia de (re!) eleições.
Se a república “à portugaise” que entendeu substituir a monarquia, não é minimamente capaz de resolver as indigestões e congestões do país, então que se demita: mas melhor seria abrir escolas para ensinar a todos que a democracia de Sólon e de Clístenes está por fazer entre nós.

23-5-2015
Eduardo Aroso ©


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