APORTUGUESAR PORTUGAL
(ou a justificação do paradoxo)
Ansiamos por um D. Sancho I (O Povoador) para ajudar a resolver o
grave problema a que se tem fechado os olhos durante décadas, e que está
prestes a atingir o auge; a imagem do interior do país é o reflexo da assembleia
da república como núcleo de interesses internacionais.
Gritamos por um D. Dinis, como pão para a boca, para evitar que se
dizime o que resta dos pinhais e travar a epidemia do eucalipto, ainda que um
ex-ministro tivesse afirmado que a dita árvore constitui o «nosso petróleo
vegetal» (!).
Um D. Dinis, Lavrador de Letras,
que reforme as universidades do caos a que chegaram, abrindo janelas e limpando
corredores labirínticos. Uma Isabel, Rainha Santa, para reformular as Festas Populares
do Espírito Santo, ou a Consolação da Alegria sem brejeirice, a efusão do
verdadeiro sentido de abundância e não de jactância, expurgando-as da
deturpação e da apreensão de Roma, e manter vivo esse pioneiríssimo exemplo das
Festas do Bodo, em que, sentados à mesa, Clero, Nobreza e Povo, o pobre era o
primeiro a ser servido!
Um D. João I (o de Boa Memória, ao contrário dos governantes de hoje, sem
memória) que fale para e com o Povo, e que proporcione a gestação de uma nova «Ínclita
Geração».
De um novo D. Fernando, discreto na Corte, mas que sibilinamente olhe
pelo património português.
Na convergência, um outro «Ultimatum» para o nosso tempo, muito além
do dia de (re!) eleições.
Se a república “à portugaise” que entendeu substituir a monarquia, não
é minimamente capaz de resolver as indigestões e congestões do país, então que se
demita: mas melhor seria abrir escolas para ensinar a todos que a democracia de
Sólon e de Clístenes está por fazer entre nós.
23-5-2015
Eduardo Aroso ©
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