ÉPICA ÚLTIMA©
Agora os anciãos longe dos sinais de
trânsito
Já não pedem à beira das estradas
Nem vão para as tabernas recolhidas nos
museus.
Jogar às cartas é uma fase intermédia
E dar de comer às pombas no jardim.
O tempo de pedir esmolas
Passaram-no aos mais novos
Os que há e, quem sabe, os que virão…
O ímpeto para a sobrevivência
Está em aceitar o que lhes dão.
Vivem alheios e sem subsídios
Para a guerra que se trava dentro deles
A das sinapses no instinto de defesa
Sem palavras de carinho que as liguem.
Por fora a liça é visível
Sem cremes de remedeio:
Ficaram rugosos todos os mapas-do-mundo
A vida some-se para ficar incrustada
noutro lado.
Oh, milagre derradeiro! Raramente cai no
chão
Ali aos pés uma estrela vinda do espaço
longínquo
Lá onde talvez se entenda melhor o que é
a vida.
Quando isso acontece os anciãos
iluminam-se
Como a frágil esperança dos tratados de
paz.
E até na rugosidade da pele se percebe
Uma serena e iluminada explosão
De uma espécie de Big-Bang que logo se
desfaz.
Eduardo Aroso©
11-7-2017
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