quinta-feira, 25 de outubro de 2018


ODE AO BRASIL
(EM ACENTO AGUDO)©


De que lado é oriente, despertar,
No país do sul e vigor ocidental,
Do nervo de sol desfazendo ganga,
E agora de que lado vai soprar
O novo grito de Ipiranga?
Mexe no chão, mexe Brasil,
No grande rio que não desiste
Guarda-mor de tantas gerações,
No ar há sonhos que circulam
Sem que ninguém os agarre
E olha que há no povo vulcões
De lava saindo no lado errado
Não caias nos momentos antes
De acabar a grande maratona
Onde esperam bater palmas
Resistentes e répteis mutantes.
Vai além do meio tom cantado
Não te fiques no gesto de ancas
E rosto de meias-tintas consentidas
Avança no dia seja ou não impossível
Na hora que é tempo exacto
Das soberanas coordenadas tropicais:
Niemeyer ainda traça o teu perfil
E Betânia e Caetano, um de cada lado.
Metade samba e metade fado.

©Eduardo Aroso
23-10-2018


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