IN MEMORIAM
DE TODOS©
Que olhos
eram esses
Que olhavam
o chão e as raízes?
Terra
prometida
Era a que
vinha de pais e avós,
Não havia
outra tão segura.
Garantidos eram
sete palmos para todos.
O ajuste dos
braços, o ritmo
Levantar e
entrar na terra
O único
tesouro
A enxada,
uma lanterna.
Respirar já
fazia crescer talos e folhas.
O suor água-benta
quando vinha
Setembro
para acrescentar sangue ao sangue
Carne à
carne.
Só depois
repousavam as águas das fontes.
O que às
vezes os olhos choravam
Não se desperdiçava
nos frutos
O destino
feito de melaço e ervas amargas.
Que olhos
eram esses que olhavam a terra?
Eduardo
Aroso©
12-09-2019
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