sábado, 12 de dezembro de 2020

ESCRITO ADVENTÍCIO DE CIRCUNSTÂNCIA

 

Os liames do Destino levaram D. Henrique e D. Teresa ao que se poderia chamar Advento Português que durou o tempo necessário como preparação para o nascimento de Portugal. Foi uma criança-homem que se armou cavaleiro. Porém, o menino-divino só em Ourique conheceu a luz, que se enrolou em forma de nevoeiro pelos séculos fora. Apareceram Herodes e hordas destinados a matar um Sonho de redenção. Todavia, Oriente-Ocidente teriam que se iluminar e comunicar com a perfeição que os hemisférios cerebrais desejam para o ser humano. A mensagem das estrelas teria de ser acolhida na alma humana, a luz dos céus reflectida sobre as varandas nocturnas dos nautas portugueses sobre os mares. Portugal não mudou de nome, mas começaram a chamaram-lhe também lusíadas. Percorreram todas as galileias, atravessaram todos os amazonas e conheceram os sabores que a boca quer, mas sentiram também que um irmão longínquo de qualquer cor poderia ser pedra-angular para uma vida mais próxima ou mesmo familiar.

Oito séculos depois, na simbólica dos 33 anos, a nação lusa encontra-se crucificada de várias maneiras. Muitos desertaram do Getsmani, junto da cruz, aqueles que disseram que quando o galo cantasse nunca negariam. Quando e como será a Ressurreição de Portugal?

 

Eduardo Aroso

12-12-2020

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