NA PACHORRA DAS ELEIÇÕES, UMA
HISTÓRIA DE DOMINGO
Era uma vez um fiscal de uma obra
que andava a ser feita há cerca de 900 anos! Como é de ver, durante a obra os
fiscais foram aparecendo e desaparecendo. Uns melhores, outros nem tanto, nunca
se incomodavam muito a examinar certos pormenores da obra, ou seja, quando
aparecia uma espécie de cotão num canto, aquilo passava na vistoria, e logo se
agarrava mais cotão… Noutros lados surgiam outras coisas, enfim… Não se sabe
porquê, o certo é que todos queriam ser fiscais. Até senhores, muito bem na
vida, gostavam dessa profissão, a de fiscais, e mesmo certos trolhas que não
podiam ir além disso.
Em princípio o trabalho estava definido na
profissão; mas apareciam fornecedores, vendedores, mediadores, gente que tinha
escritórios (isto é, que também tinha que fiscalizar outras obras), mais isto e
aquilo, e isto levantava complicações, porque alguns deles, noutros tempos, tinham
oferecido umas luvas (nem sempre as mesmas) para os fiscais andarem na obra.
Mas fiscais havia que, em certas épocas, já pouco fiscalizavam… O caricato é
que a obra sendo a mesma ia passando no tempo, ou seja, os proprietários para
reivindicar, em muitos casos, já não eram os mesmos (!), porque também iam
morrendo.
Por isso, a moral da história pode ser esta: o fiscal lá ia fazendo
das dele. O último fiscal, então, foi uma desgraça. Nem simpático era, sempre
de maus modos quando falavam para ele, talvez porque soubesse que não se podiam
ir queixar a outro. O que eu gostaria é que o próximo fiscal fosse melhor, que
não deixasse ganhar cotão nos cantos do império, que visse bem o que há debaixo
dos tapetes e das soleiras das portas e que vigiasse melhor certos janelos das
lojas, por causa do mofo e do que lá se esconde e não está no projecto. Oxalá!
Assim seja!
Eduardo Aroso ©
24-1-2016
Sem comentários:
Enviar um comentário