O paganismo é um modo não racional de entender o divino na natureza. Cada pulsão de seiva é sacramento; um salgueiro debruçado nas águas de um ribeiro é altar onde o vento, em jeito de homilia, explana uma doutrina; a paciência das pedras e das fragas é a paciência de Deus, quando se erguem fitando os seres humanos que passam por elas. Mas ninguém se atreve a perguntar-lhes sobre a sua forma de respirar a vida onde estão por amor.
Das aves podemos esperar as surpresas do Criador: de um lado para o outro, voando ao Deus-dará, delas nunca sabemos quando nos presenteiam em bandos circulares de movimentos, imprevistos passos de dança!
Eduardo Aroso
Entre a cidade e o campo, 30-3-2016
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