A
ESPECIFICAÇÃO DAS MARGENS
"O
homem e a hora são um só» (Mensagem, Fernando Pessoa)
Entre
os dois lados do tempo, no cimo de um muro que separava, cresceu um cravo, para
ver se chegava ainda mais alto à liberdade. Mais acima - águia silenciosa - havia um homem que
olhava. Podia chamar-se Destino, Ousadia, mas o nome civil era Salgueiro Maia.
Hoje há o muro em paradoxo, de outro jeito. Uns atravessam-no, mas há quem o
tema como de minério fosse, quando é a própria sombra. Hoje olhamos na vertical
o cravo no gume do muro. Para que lado cresce?
Eduardo
Aroso
23-4-2017
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