domingo, 8 de dezembro de 2019



A TERRA NÃO EMIGRA ©

Foram-se para o mundo
Como os dias
Que não se apanham mais.
Levaram o destino consigo,
Poucos móveis e muitas fotografias
Essas coisas estranhas que nas entranhas
Têm também o coração
Que bate para além do corpo…

A terra não emigra,
Corpo caridoso
Recebendo qualquer um de braços abertos.
O chão não emigra,
Porque se mantém no seu posto de vigia,
Ele que formou os ossos da infância
E está disposto a recebê-los já gastos.
Mas quando a fogueira ainda se acende
A terra dá flor com o aroma
Carregado sobre as lápides da memória.

Eduardo Aroso ©
6-12-2019

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