domingo, 15 de dezembro de 2019


UM SALMO DE LÍRIOS

Ao poeta António Salvado 

Não se fatigam os lírios
De neles reunir a luz.
Passamos num chão desconhecido,
Imperfeitos para os tocar
Nem os olhos os recebem,
Onde já nem o corpo se curva
Nem as mãos para abençoar.
Finos cálices, recebem o melhor da terra
Outro mel para nos untar.
Tacteia a alma que busca, alheia dos sítios,
Ou fontes onde não sabe beber.

Silenciosa é a oferenda dos lírios,
Crescem em todas as presenças
Purificando a cor nas intenções.
Luz clara como a esperança
Para ocultar ainda
A plenitude do amor.

Natal de 2019
Eduardo Aroso

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