AGOSTINHO DA SILVA (13-2-1906/3-4-1994)
Os leitores ocasionais da Agostinho da Silva poderão ser
agradavelmente surpreendidos por frases soltas e pequenos textos que aparecem
com frequência no facebook. Todavia, a mensagem do seu ímpar pensamento só se
encontra, como é óbvio, na leitura da sua obra, nem que seja na tríade mínima
constituída por «Reflexão», «Aproximações»
e «Educação de Portugal». Certo é que o pensamento de Agostinho – eivado do
melhor do nosso passado e rumo a um futuro sem reservas – é dentro do amplo
contexto do movimento da filosofia portuguesa que deve ser procurado, numa
hermenêutica dir-se-ia de causa-efeito no que se refere à Escola Portuense e aos
seus mestres, onde se cruzou com Leonardo Coimbra e Álvaro Ribeiro, entre
outros, ao que se seguiu o convívio com alguns discípulos, onde se destaca
António Telmo que, com ele, leccionou na Universidade de Brasília, e em cuja
fundação participou Agostinho. Mestres outros, de outras estirpes, como os que
o filósofo aponta na sua magistral «Reflexão», sejam também os pescadores, os
faroleiros, mineiros e até «com um pulo além do mar, os vaqueiros do Nordeste (…),
os paulistas de usina e cafesal, os boiadeiros e colonos de Mato Grosso».
Só desta maneira, na visão inteira de Agostinho da Silva no seu
inteiro pensamento que a cada momento apela ao Homem irrepetível e criador na
sua essência, não há equívocos quando, por exemplo, diz que «o Homem não nasceu
para trabalhar.
Eduardo Aroso
13-02-2020
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