quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020



AGOSTINHO DA SILVA (13-2-1906/3-4-1994)

Os leitores ocasionais da Agostinho da Silva poderão ser agradavelmente surpreendidos por frases soltas e pequenos textos que aparecem com frequência no facebook. Todavia, a mensagem do seu ímpar pensamento só se encontra, como é óbvio, na leitura da sua obra, nem que seja na tríade mínima constituída  por «Reflexão», «Aproximações» e «Educação de Portugal». Certo é que o pensamento de Agostinho – eivado do melhor do nosso passado e rumo a um futuro sem reservas – é dentro do amplo contexto do movimento da filosofia portuguesa que deve ser procurado, numa hermenêutica dir-se-ia de causa-efeito no que se refere à Escola Portuense e aos seus mestres, onde se cruzou com Leonardo Coimbra e Álvaro Ribeiro, entre outros, ao que se seguiu o convívio com alguns discípulos, onde se destaca António Telmo que, com ele, leccionou na Universidade de Brasília, e em cuja fundação participou Agostinho. Mestres outros, de outras estirpes, como os que o filósofo aponta na sua magistral «Reflexão», sejam também os pescadores, os faroleiros, mineiros e até «com um pulo além do mar, os vaqueiros do Nordeste (…), os paulistas de usina e cafesal, os boiadeiros e colonos de Mato Grosso».

Só desta maneira, na visão inteira de Agostinho da Silva no seu inteiro pensamento que a cada momento apela ao Homem irrepetível e criador na sua essência, não há equívocos quando, por exemplo, diz que «o Homem não nasceu para trabalhar.

Eduardo Aroso
13-02-2020


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