quinta-feira, 22 de setembro de 2016


A VISITA DO AMADO SENHOR ©

Esta é a tua casa, Senhor,
A que reconstróis a cada ano
Com a cal mais luminosa
Luz sobre o nosso viver insano.

Este é o teu gesto, Senhor,
Que basta para nos suportar.
O teu regaço seguro e manso
Que nos faz no espaço flutuar.

Quando regressas em Setembro
Para nós tardes mais calmas,
Despedidas de folhas melancólicas
Mas há primavera em nossas almas.

À janela bem aberta da ansiedade
Olhamos o céu de dentro e o de fora.
Entra Senhor, a casa é Tua
Desgastada por nós a toda a hora.

A porta, Senhor, nunca fechada,
Tu mesmo a abriste sob escolta
Da turba de algozes esquecidos do Pai,
No Teu amor-doloroso do Gólgota.

A porta aberta de par em par
No umbral uma humilde oração.
Nada mais temos para receber-Te
Do que singelas flores do coração.

Eduardo Aroso ©

9-9-2016

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