terça-feira, 13 de setembro de 2016

OUTRAS TORRES

«Nada ofende mais os deuses do que a arrogância dos homens» dito da antiga Grécia. 

As torres de babel constroem-se sempre com o afã de que são para sempre. Porém, à medida que se sobe nos andares, com o aumento da confusão total - característica da sua existência – os seus habitantes ficam insuportáveis uns com os outros e pela lei da sobrevivência do comando das operações, chegam a praticar uma espécie de antropofagia. São construtores equivocados cuja massa de construção é o suor alheio e na ilusão de que se pode falar de um modo e ter uma prática contrária.
A tal faca que na política está sempre preparada é a mesma que pode meter artigos na imprensa e na televisão, ocupando o espaço legítimo também de outros. São mais essas facas do que as muitas que se vendem nas feiras de Portugal. As torres de babel existem por todo o lado e nas mais variadas formas. Mas quando chegarem os respectivos vendavais, pois a Natureza é justa no tempo certo e não no calendário feito pelos humanos, o povo é que é chamado para tirar os destroços.
Fica o vazio como aquelas cidades chinesas de agora que não têm ninguém, ou como aquilo que se conheceu por efeito de Detroit, ou, como entre nós, se ergueram as torres de babel de cor esverdeada que são os eucaliptais.

Eduardo Aroso, 13-9-2016 

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