sexta-feira, 27 de novembro de 2020

O MULTIPLICADOR

 
Ele reproduz-se,
ao contrário do verde dizimado,
e parece que só nos faz olhar para baixo.
Levou-nos a descobrir novas cavernas
algumas de Platão e muitas de betão.
O encontro é com o barro
e o fino pó deste mundo
que cria desertos sobre arranha-céus
e melancolias de silenciosas implosões.
 
Que fumo sairá das combustões da alma
sedenta ou da fala que procura outra fala
a face que busca outra face
sem teclas nem “copypaste”?
Inesperada reprodução, convite absoluto
ao tango duvidoso: da conquista
ou do passo exangue e mortal
na área de um salão com um metro e tal.
 
Eduardo Aroso ©
27-11-2020
 

 

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