O MULTIPLICADOR
Ele reproduz-se,
ao contrário do verde dizimado,
e parece que só nos faz olhar para
baixo.
Levou-nos a descobrir novas cavernas
algumas de Platão e muitas de betão.
O encontro é com o barro
e o fino pó deste mundo
que cria desertos sobre arranha-céus
e melancolias de silenciosas
implosões.
Que fumo sairá das combustões da alma
sedenta ou da fala que procura outra
fala
a face que busca outra face
sem teclas nem “copypaste”?
Inesperada reprodução, convite
absoluto
ao tango duvidoso: da conquista
ou do passo exangue e mortal
na área de um salão com um metro e
tal.
Eduardo Aroso ©
27-11-2020
Sem comentários:
Enviar um comentário